domingo, 1 de março de 2009

Professora.



Ana pega a sua pasta guarda dentro do diário de classe deixando tudo arrumado porque amanhã será o primeiro dia de aula. E o primeiro dia de aula pode causar duas reações, conquistar o coração dos alunos ou a repulsa deles.
Ana sempre foi uma boa professora, uma pessoa compreensiva e com um sorriso simpático no rosto, mas carregava na mão direita empunhada a espada da justiça e isso trazia empatia com alguns alunos que não idealizavam as regras impostas pela boa educação. Ser professora é ter na mão a responsabilidade da vida de seres tão pequenos e inocentes que ver na figura do professor um exemplo para a vida. E Ana sabia disso. Classes que eram vistas como problema faziam festa de aniversário para ela. E seu olhar compreensivo criava um elo com os alunos de ser comunicada a primeira mão de uma gravidez precoce, a que deixava a muito triste por sentia de imediato o futuro de uma criança sendo mãe de outra criança. Ver um aluno não apreendendo era motivo de tristeza por acreditar que o erro era sempre dela e não dos alunos, porque o papel de uma professora era ensinar e não ver seu aluno partir na duvida. Era uma professora exigente e buscavam nos alunos o máximo e sabia que eles sempre podem dar mais. Ela só esquecia que carregava no peito uma bandeira de ensino falido aonde os políticos que deveriam se preocupar nunca sujou suas mãos de giz e defendia a criação de jovens com pouca capacidade de raciocínio. Mas isso não era motivo para Ana desanimar, acreditava em seus alunos e na capacidade deles de mudar o mundo. Respirou fundo, ajeitou o cabelo e entrou na sala de aula e com um sorriso brando saudou-os: - Bom dia! É um prazer imenso estar aqui com vocês e tenho certeza que esse ano vai ser maravilhoso. E assim Ana iniciou mais um ano com a missão de transmitir seus conhecimentos através do amor e paciência de uma professora que não desisti nunca.

Osvaldo Valério