segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A Dor de Áries


No campo de batalha ouvi-se gritos de sofrimento e dor, homens caídos ao chão, sangue corria como um pequeno córrego com suas águas tristes. Áries parou de lutar, olhou para seu oponente caído em seus pés e a sua espada encoberta de sangue perdendo o brilho do metal. O som agudo da trombeta soava ao vento que levava ao ouvido de todos o gosto de mais uma vitória invicta misturada com o sangue jorrado pelos seus inimigos.
Os soldados levantaram sua espada ao som do grito de vitória correram ao encontro do seu General.  Áries permanecia calado olhando fixamente para sua espada que refletia os corpos caídos ao chão. Os soldados pararam em frente do General esperando ouvi as palavras de vitória, porém o General permanecia em silêncio. - General?Gritou um soldado. Áries ergue sua espada lentamente e da sua boca soou uma voz triste: - Voltem para suas casas, à guerra acabou. Baixou a espada e se virou para ir embora, quando da multidão surgi uma voz: - Passamos frio, fome, estamos a um ano longe de nossa casa, esposa e filhos, damos a nossa vida em seu favor, vencemos uma guerra em seu nome e quando finalmente terminamos você apenas manda nos voltar para casa? Áries virou lentamente para os soldados, cravou sua espada no chão, uma gota de sangue escorria lentamente dela em busca de apoio. - Soldados?- Olhem para vocês, suas roupas, as suas espadas, olhem em volta de vocês, quantas mães estão chorando agora? Quantos filhos estão sem pai? Quanto sangue foi derramado? E vocês pedem para eu comemorar? - Fomos treinados pelo senhor, matamos em seu nome. Os olhos de Áries lacrimejavam, todos na multidão esperavam uma resposta. - Esse fato me incomoda, Deus me deu o poder da luta, da determinação, e da glória das vitórias, mais eu não vejo mais sentido na guerra pela a espada, lutar pelas idéias de um homem que permanece sentado em um trono e não conhece o gosto do sangue do seu inimigo e também não ouve o que nós ouvimos antes de dormi a vozes de piedade balbuciado por eles ao cair ao chão, não sente o olhar de seu inimigo morrendo em sua espada. - General o Senhor quer que abandonemos tudo que aprendemos até agora? Esta sendo injusto com toda essa gente. Gritou o soldado. O General olhou nos olhos dele. Arrancou a espada do chão ergue-a mais alto que pode, seus olhos foi de encontro aos pássaros que voavam em cima da carniça estendido pelo campo de batalha, gritou bem alto para que todos ouvisse. - Essa espada meu deu glória, fama e riqueza, porém ela me deu uma dor no coração que nada pode arrancá-la, carrego comigo todas as vidas que tirei, estou deixando vocês, não quero que ninguém me acompanhe, vocês nunca mais ouviram falar de mim. No trono vão dizer que sou covarde, mais o verdadeiro covarde é aquele que levanta sua espada para o seu próximo, tem que ter muita coragem para baixá-la quando a situação pede que a levantemos. Sei que vocês não vão entender a dor que estou sentindo, para entender a dor de um general que tem o poder de decidir entre a vida e a morte é igual o Mar temos que mergulhar em suas profundezas para sentir o sabor da suas águas. Antes que alguém respondesse, Áries assobiou e seu cavalo branco veio correndo em sua direção, ele montou no cavalo olhou para todos os soldados que o observava, soltou sua espada, o som do metal com a terra quebrando o silêncio do momento. O Soldado abaixou pegou a espada ergue e virou para todos. - General nós vamos continuar a lutar pela sua espada, enquanto houver um pingo de bronze nela nos relembraremos o seu nome, buscaremos na ponta da espada entender a sua dor e porque está nos abandonando e em uma só voz todos gritaram: - Viva o Áries nosso guerreiro.  O Som das vozes humanas foi à espora que acelerou o seu cavalo que saiu a disparada cortando a relva molhada levando o Áries ao encontro de sua dor.

 Osvaldo Valério

 

 

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